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Arquitetos: Nikken Sekkei NIKKEN SEKKEI
- Área: 1011 m²
- Ano: 2009
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Fotografias:Nacasa & Partners Inc, Harunori Noda
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto consiste na relocação dos escritórios da Associação de Atacadistas de Madeira em Tóquio. Ele serve como uma vitrine para expor as possibilidades da madeira como material de construção urbana. As "engawas", ou terraços japoneses, permitem a entrada de brisa natural aos ambientes, enquanto filtram a passagem de luz solar intensa, criando um ambiente interno confortável. A madeira foi integrada na estrutura do edifício e o concreto aparente foi combinado a uma armação de cedro. Como o edifício utiliza uma grande quantidade de madeira, foi dada grande atenção às medidas de segurança. O projeto concentrou-se na criação de uma continuidade espacial com o uso de camadas e luz natural.
Configuração Espacial
Um espaço semi-aberto chamado "engawa", existente nos lares tradicionais japoneses, permite a entrada de uma brisa natural ao edifício, ao mesmo tempo que bloqueia parte da passagem de luz solar intensa, gerando um ambiente interno confortável em um contexto de calor e umidade. A partir da "engawa" tradicional, realizou-se uma nova configuração espacial. Nela, os elementos de um escritório, tais quais a estrutura, sistema de circulação e instalações, foram reconstruídos em um entorno semi-aberto. Esta configuração é um esforço para conectar o ar livre ao escritório e, ao mesmo tempo, um agente amortecedor contra o lado áspero do ambiente externo. Conjuntos de varandas unem-se para criar uma pele porosa. Beirais profundos bloqueiam a luz solar direta e a chuva, assim como oferecem uma área de estar confortável ao ar livre, onde pode-se experimentar a luz natural, a brisa, e outros aspectos da natureza como se se estivesse vivendo no meio de um bosque.
Cultura da Madeira
No antigo Japão houve uma forte cultura arquitetônica ligada ao uso de madeira, onde a estrutura se compunha por linhas de vigas e pilares. Este edifício tem como objetivo reviver essa cultura em uma área urbanizada em forma de um novo empreendimento. A fim de fazer sentir a presença e a textura da madeira com os cinco sentidos, blocos do material de 105 mm por 105 mm, um tamanho padrão distribuído pelo mercado de madeira japonês, foram empilhamos ou integrados em todo o edifício. Para que o SRF (Steel Reinforced Concrete) - o suporte estrutural desta arquitetura - funcionasse na escala da madeira, a largura dos pilares em forma de placa se mantém a um mínimo e cria-se uma textura de madeira nos pilares de concreto pelas formas de cedro.
Método Técnico
Este edifício utiliza um maquinário de controle numérico (também conhecido com NC), uma inovadora máquina de corte de madeira. O processamento de madeira baseia-se, frequentemente, no artesanato. Apesar disso, o método NC alcança alta precisão e produtividade, e é capaz de criar desenhos altamente abstratos. A sala no pavimento superior foi montada a partir de vigas de madeira de 115 mm que foram processadas pela NC para formar um corpo estrutural que se extende por 25 metros. Uma técnica tradicional japonesa foi modificada para consolidar as vigas de madeira para criar um painel combinado. Peças de madeira de carvalho foram intercaladas com ciprestes e unificadas por parafusos, criando uma nova superfície lisa de madeira, que só é possível graças à alta precisão do método NC.
Prevenção de Incêndios
Uma complicação enfrentada ao utilizar madeira na arquitetura é a segurança contra incêndios. Este edifício anula esse problema proporcionando uma altura adequada na cobertura para acumular a fumaça do fogo, tornando possível o uso do material escolhido em muitas partes do edifício.
Passagem e Sobreposição
Há um aspecto de composição espacial na arquitetura japonesa que faz uso da estratificação e preserva a continuidade espacial. Ao invés de construir uma parede para dividir os espaços, recorre-se aos acessórios para criar uma impressão abstrata do espaço adjacente. Assim, os espaços fluem de uns aos outros. Dessa forma, o edifício alcança grande riqueza espacial. Os cômodos, paredes e coberturas se dispersam, dando movimento e fluidez aos ambientes, enquanto produzem um sentido de continuidade espacial, integrada de forma sutil através das vistas à luz que entra nos espaços.